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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Medo

Tenha maneiras

Não há referendo para ninguém. Contentem-se com votação parlamentar. Não vamos correr o risco de deitar por água abaixo o que demorou tanto e deu um trabalhão a conseguir: o tratado de Lisboa.
Dizem que as promessas do primeiro ministro durante a campanha e programa do governo,. De fazer um referendo não se aplica ao tratado de Lisboa. Aplicar-se-ia ao tratado constitucional e não a este.
Pois é, mas eu gostaria de saber a diferença entre um e outro. Não na forma, certamente, porque aí há muita diferença: um é constitucional outro é de Lisboa (grande diferença!), mas no conteúdo.
Todos são unânimes em considerar o tratado de Lisboa uma cópia do tratado constitucional, chumbado em referendo nalguns países. Se agora não se faz referendo é pura e simplesmente porque se tem medo. Medo que o povo diga não; medo que as populações e manifestem contrárias aos que as governam; medo de mostrar um divórcio entre a política e a sociedade.
Agora vão ter que se encontrar razões (com que qualidade?) para justificar uma falta a um compromisso público. Mas ninguém tem esta capacidade malabarista de escapar ao julgamento popular.
Está errado, sr ministro, tenha maneiras. Não tenha medo de encostar às cordas o líder do maior partido da oposição pondo-o a fazer campanha pelo sim à sua beira. Não tenha medo de pôr os portugueses a esquecer, durante alguns tempos a política interna e as suas agruras, invadindo-o com o referendo. Não tenha medo do povo português dizer sim ao tratado. Não tenha medo sr engenheiro.