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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

De rastos

Quem reage?

3 Notícias mexem hoje com a sociedade portuguesa, a nível político, social e económico.
Primeiro a tão badalada remodelação governamental. Remodelação??? Substituição de 2 ministros pode ser considerada remodelação? Não sei. No entanto a acção foi sobejamente comentada nos média portugueses. Sócrates reconheceu fracasso na política da saúde e da cultura? É tudo para continuar como dantes? As duas posições têm apoiantes em todo o lado. O que me parece é que se Correia de Campos, independentemente do que se seguir, se continuasse no governo até às próximas eleições legislativas, era um sério “handicap” para o PS alcançar nova maioria.

Mas as outras 2 notícias não são melhores do que esta.
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, acusou hoje o BCP de “delinear uma operação bem montada e bem urdida para escapar ao controlo das autoridades” de supervisão, “que impediu qualquer hipótese” de os supervisores a detectarem. Caramba, só agora é que deram conta? O que é preciso fazer mais? E o que vai ser seguido no futuro? Que acções contra os culpados? Provavelmente nada, infelizmente.

O bastonário da Ordem dos Advogados disse hoje que se “fazem negócios de milhões com o Estado”, cujo objecto são bens do património público, “quase sempre com o mesmo restrito conjunto de pessoas e grupos económicos privilegiados”.
Também já se sabia. Senão como é que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. De onde vem este fosso cada vez maior entre os extremos da sociedade portuguesa?
Já não há respeito pela pessoa, seja ela qual for. E o Presidente da república tem razão ao alertar para a morosidade da justiça e os benefícios de alguns em detrimento de muitos.
Haja quem faça alguma coisa, porque o governo tem as mãos e os pés atados. Pelo menos é a imagem que dá.

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terça-feira, 29 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

o óbvio

Oxalá me engane!

O Banco Espírito Santo (BES) acaba de publicar os seus resultados do ano de 2007. Mais de 600 milhões de euros de lucro, e uma subida de 44% em relação a 2006.
Fantástico!!! Dizeis vós! E se calhar eu também. Ainda bem para eles. Eu não fico com inveja do sucesso dos outros. A não ser que esse sucesso seja à custa do sacrifício, da perda, de outros.
E parece que é o caso.
Atenção, o que escrevo aqui não se aplica só ao BES, mas a todos os bancos (pelo menos os portugueses, na certeza porém de que serão quase todos iguais.
Os bancos anunciam os seus lucros, sempre maiores. Ao contrário o poder de compra e o nível de vida dos portugueses vai de mal a pior. Pelo menos é o que todos os analistas políticos, sociais e económicos afirmam. Quem sou eu para os contradizer?
Então uma conclusão óbvia tem que se tirar: quanto mais os portugueses se afundam, mais os bancos lucram. Quer dizer que os bancos dão-se bem com a crise económica!
Se quisermos ser dramáticos tiramos outra conclusão: já que os bancos lucram com a crise, e que são eles os primeiros responsáveis do desenvolvimento e do resolver da crise, à priori, não terão nenhum motivo para resolver a dita crise. Quer dizer que deles não temos que esperar nada.
Estamos numa linda alhada.
Estas conclusões podem não ser válidas nem verdadeiras (aceito); mas têm lógica (Oxalá que me engane).

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Atrasados

A passo de Caracol

Houve um tempo em que os transportes públicos andavam sempre atrasados. Hoje não são só os transportes. Parece que todo o país vive atrasado. São os salários, a retoma da economia, a criação de novos empregos, as obras públicas, os funcionários públicos, a medicina e até a justiça (talvez a pior). São processos que se arrastam há anos e que os visados não têm interesse que se resolvam. Parece que todos ganham à comissão, sobre o tempo utilizado. Quanto mais durar mais se ganha. São os grandes casos nacionais como o caso “casa Pia” ou o “apito dourado”. E parece, dizem as más línguas, que o caso da “noite no porto” vai seguir os mesmos passos. Mas são também outros processos mais simples. Sabe-se agora que, segundo um estudo feito sobre a justiça em Portugal os processos se acumulam cada vez mais, mas que uma das sugestões para resolver o problema era que os juízes recebessem o salário segundo o trabalho realizado.
Isso é que era bom! Era um ver se te avias, para acabar com processos pendentes há largos anos. E os novos, nem davam tempo de haver prisões preventivas. Em poucos dias tudo se resolvia.
Mas nós como somos um país de brandos costumes onde nunca se passa nada de extraordinário, vamos continuar sem nada de extraordinário. Onde noutros países como a Itália ou a França os corrupção avançam a 100 à hora, no nosso cantinho (que ninguém perturbe) continuamos a passo de caracol. Não admira que, embora na união europeia, continuemos a nos afastar inexoravelmente.
Viva o caracol (contra quem nada tenho, a não ser um apetite voraz).

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Ateísmos

O maior drama da humanidade

Foi-me aconselhado por um amigo, numa conversa corriqueira, ler a homilia do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo, do dia de Natal 2007. Passo por cima de todos os sentimentos que em mim despertou, eu um católico convicto. Não posso, é deixar de continuar a pensar numa frase fundamental, ponto de partida, me parece, de todo o raciocínio do Cardeal. Até porque o mesmo pensamento começa e termina a homilia. É esta a frase: “Todas as expressões de ateísmo, todas as formas existenciais de negação ou esquecimento de Deus, continuam a ser o maior drama da humanidade”. A guerra, a fome, as epidemias, catástrofes? Nada disso se compara.
Como compreender uma afirmação destas? Quem sou eu para contradizer o Cardeal?
Por mais voltas que dê à cabeça, só posso compreender uma afirmação destas se o cardeal entende que a fome, a guerra, as injustiças, as epidemias, … são resultados deste ateísmo; se o ateísmo for a “mãe” ou o “pai” de todos os “males” que atingem a humanidade. Embora aí me custe engolir a situação daqueles que matam e destroem em “nome de Deus”. Será isso melhor do que as “formas de ateísmo”? Será somente o ateísmo a conduzir à guerra? À fome? … não será muitas vezes a intolerância daqueles que se dizem crentes (de todas as confissões religiosas)?
Fique-se sr. Cardeal! Não posso concordar consigo.
Mesmo assim, tenha um bom ano 2008

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Divagando

Da chuva e do bom tempo

Tenho andado bastante ocupado em mudanças. Por isso também este espaço se tem ressentido da minha ausência. No entanto o cérebro não pára. Aliás, a vida também não, por isso há sempre motivo de conversa. Quanto mais não seja para falar da chuva e do bom tempo.
Nestes dias é mais chuva e mau tempo, que bom. Frio também não falta. Mas, é inverno e é o habitual. Já imaginaram se não chovesse? As vozes levantavam-se para se lamuriar, que falta água, que vamos ter problemas de seca, que o governo é que tem a culpa, que deveria dar subsídios, que deveria arranjar chuva, nem que para isso tivesse que disparar uma bomba para fazer curto circuito nas nuvens , …
Já estou a divagar. O que não é de admirar com o cansaço que tenho. Por isso hoje vou ficar or aqui, esperando das melhores.
Fiquem bem

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Post By: Jiji

Divagando

Tenho andado bastante ocupado em mudanças. Por isso também este espaço se tem ressentido da minha ausência. No entanto o cérebro não pára. Aliás, a vida também não, por isso há sempre motivo de conversa. Quanto mais não seja para falar da chuva e do bom tempo.
Nestes dias é mais chuva e mau tempo, que bom. Frio também não falta. Mas, é inverno e é o habitual. Já imaginaram se não chovesse? As vozes levantavam-se para se lamuriar, que falta água, que vamos ter problemas de seca, que o governo é que tem a culpa, que deveria dar subsídios, que deveria arranjar chuva, nem que para isso tivesse que disparar uma bomba para fazer curto circuito nas nuvens , …
Já estou a divagar. O que não é de admirar com o cansaço que tenho. Por isso hoje vou ficar or aqui, esperando das melhores.
Fiquem bem

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Aeroporto

Sem espinhas

Alcochete! Alcochete! Alcochete!
Finalmente, o LNEC falou, o governo decidiu (mais uma vez, porque já tinha decidido também antes).
Portugal não perdeu, nem podia perder. Portugal, dizem os entendidos, precisa de um novo aeroporto, e vai ter um novo aeroporto: Ota? Alcochete? Lugar mais ao sul ou mais a norte, parece-me indiferente, mesmo se a maioria da população se situa a norte do Tejo.
No entanto, com esta opção, o país ganhará uma terceira (só!!!) travessia do Tejo, na zona de Lisboa (mesmo assim me parece pouco, mas já é melhor que duas).
Os gastos? Claro que um aeroporto nunca ficará barato. Serão certamente milhões que serão gastos. Há quem diga que o país não precisa do aeroporto nem do TGV, que são gastos enormes e desnecessários.
Provavelmente a urgência ou necessidade de um TGV para o nosso país pode questionar-se. No entanto um aeroporto será sempre necessário dentro de alguns (poucos) anos, visto o aumento rápido de tráfego aéreo.
Venha lá esse aeroporto, e o mais rápido possível. E que não venha agora a oposição, desacreditada, pôr entraves ao processo. Agora vão ter que apoiar o governo a avançar. Desculpas já não há.

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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Medo

Tenha maneiras

Não há referendo para ninguém. Contentem-se com votação parlamentar. Não vamos correr o risco de deitar por água abaixo o que demorou tanto e deu um trabalhão a conseguir: o tratado de Lisboa.
Dizem que as promessas do primeiro ministro durante a campanha e programa do governo,. De fazer um referendo não se aplica ao tratado de Lisboa. Aplicar-se-ia ao tratado constitucional e não a este.
Pois é, mas eu gostaria de saber a diferença entre um e outro. Não na forma, certamente, porque aí há muita diferença: um é constitucional outro é de Lisboa (grande diferença!), mas no conteúdo.
Todos são unânimes em considerar o tratado de Lisboa uma cópia do tratado constitucional, chumbado em referendo nalguns países. Se agora não se faz referendo é pura e simplesmente porque se tem medo. Medo que o povo diga não; medo que as populações e manifestem contrárias aos que as governam; medo de mostrar um divórcio entre a política e a sociedade.
Agora vão ter que se encontrar razões (com que qualidade?) para justificar uma falta a um compromisso público. Mas ninguém tem esta capacidade malabarista de escapar ao julgamento popular.
Está errado, sr ministro, tenha maneiras. Não tenha medo de encostar às cordas o líder do maior partido da oposição pondo-o a fazer campanha pelo sim à sua beira. Não tenha medo de pôr os portugueses a esquecer, durante alguns tempos a política interna e as suas agruras, invadindo-o com o referendo. Não tenha medo do povo português dizer sim ao tratado. Não tenha medo sr engenheiro.

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terça-feira, 8 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Esquizofrenia

Santos para a rua

Vamos ficar sem santos em Portugal. Depois da novela dos crucifixos nas escolas públicas e nos hospitais, é agora a vez da novela dos santos das escolas. Segundo o ministério da educação, a nova denominação das escolas não pode incluir nomes de santos ou santas.
Acontece que uma grande parte das escolas tem o nome das terras onde se situam, o que já gerou problemas com gente que não quer abdicar deste seu património cultural.
Parece-me uma esquizofrenia barata o que o governo está a manifestar. Diria mais, parece-me um fundamentalismo laico do mais aberrante que há. Se fundamentalistas islâmicos, contestam a presença de símbolos religiosos anti-muçulmanos em lugares públicos, estes ditos laicos não são diferentes.

Imaginem agora:
Todas as terras com (aldeias, vilas, cidades, lugarejos,…) com nomes de santos serem obrigados a mudar de nome;
Todos os feriados com nome de santos acabarem, ou pelo menos mudar o nome (santo António como fiaria?);
Todos os que exerçam cargos públicos governativos serem impedidos de participar em cerimónias religiosas (procissões, desfiles…);
Digam o que disserem, o nosso povo nunca foi nem é laico, e não se compreende este ataque básico, doentio, esquizofrénico, mórbido e extremista a uma instituição, uma cultura, que de acordo ou não, é a nossa.

Ah! E são Bento como ficará? Que nome dará o governo à casa da assembleia da república? Simplesmente Bento? Bentinho? Ou inventarão um nome original? Que tal São Sócrates? Ah, não pode ser, tem o são por trás. Azar o seu!!!

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domingo, 6 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Dor de cabeça

Saia uma aspirina

Uma dor de cabeça pode não ser nada, mas pode também ser muito. Tudo depende da pessoa, da sua disposição, das suas relações com os outros e com o ambiente. Depende também se é habitual ou rara.
As palavras dos nossos ministros são como a dor de cabeça. Dor de cabeça, são sempre, agora são mais forte ou mais fraca dependendo de muitos factores: pertença partidária é o primeiro. Depois vem a capacidade de sofrimento de cada um, o momento do dia ou da noite, a posição que se ocupa na estrutura sócio-política, situação profissional, etc., etc. Há gente com mais capacidade do que outra.
Quando o nosso primeiro-ministro diz que tem todas as razões para acreditar que 2008 será melhor que 2007 e que cada ano que passa desde que foi eleito tem sido sempre melhor que o anterior, não tenho dúvidas de que é uma tremenda dor de cabeça. Pelo menos para mim.
Porque se 2008 for melhor como 2007 foi melhor que 2006 e assim sucessivamente recuando no tempo, vou ali já venho.
Eu queria acreditar, ou melhor, ter um pouco de esperança que as palavras do nosso primeiro se concretizassem na realidade. Isto é, gostaria que a minha dor de cabeça fosse pequena. É que eu não tenho muita capacidade de sofrimento. E como eu há milhares, senão milhões.
Já agora, venha daí uma aspirina. Nunca se sabe!

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Paz e Guerra

A Paz a construir

O novo ano começou. Todos auguramos coisa melhores do que no anterior. Fica bem e é o que todos precisamos. No entanto nem sempre os homens têm estes sentimentos. Duas situações antagónicas mostram à evidência isto:
No Darfur, oficialmente a força da ONU, a Minuad acaba de tomar posse da segurança no Darfur. Apesar de ser, por enquanto uma simples troca de boinas, já que a realidade continua a ser a mesma, ouso acreditar que é já um passo para um futuro mais risonho e esperançado.
No kénia, um país que parecia na boa via do desenvolvimento, democracia, paz e segurança, acaba de surgir um conflito que, se não for parado a tempo, tem todo o ar de vir a tornar-se mais um Ruanda ou um Darfur.
A sede de poder, as divisões étnicas, os interesses particulares acima do grupo, só podem contribuir para a guerra, destruição e injustiça. Num tempo em que se deseja para todo o mundo a paz, convenhamos que temos muito a caminhar e que a paz é sempre algo a construir, a realizar e nunca um dado adquirido.

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008 Post By: Jiji

Bronca

Lei do tabaco

Primeiro dia da lei sobre o tabaco e primeira bronca.
O presidente da ASAE apanhado em flagrante a fumar no interior do casino do Estoril.
Claro, a gente já sabia que toda a lei tem diferentes interpretações. Pelo menos diferentes pontos de vista no que respeita à aplicação. E é de aplicação que se trata aqui. Não é suficiente promulgar uma lei, é preciso que ela recolha os meios necessários para ser aplicada e interpretada correctamente.
Um casino entra dentro dos “locais de trabalho”? ou dos “recintos de espectáculos”? há alguma alínea que exclui os casinos de serem abrangidos pela lei? Para uns, e para o presidente da ASAE, parece que sim, pelo menos é o que ele afirma.
Então e que razões são apresentadas para essa excepção? E porque não as discotecas? os bares? E já agora o café da minha aldeia, onde 4 ou 5 pessoas se reúnem todas as noites para beber uns copos e cavaquear alguns minutos?
Senhores ponham-se de acordo e deixem-se de balelas. A lei já exclui e marginaliza suficientemente como está, não a façam ainda mais. Ou é ou não é. Agora ser para uns e não ser para outros, só porque o apanhado, é o sr presidente do organismo que deve justamente fiscalizar a aplicação dessa lei, não tem jeito nenhum.


Já agora bom ano para todos