Guerrilhas
Deontologia pilotada
Mais uma guerra governo vs ordem dos médicos. Desta vez (mais uma!) promovida pelo ministro da saúde. Eu até aceito que um código deontológico possa mudar; acredito mesmo que é salutar: mas quem é que tem poder de mudar um código deontológico, seja ele da ordem dos médicos, advogados, carpinteiros, trolhas, …? Não é certamente o governo. O mais que podem fazer é um código deontológico do governo!
Sabendo todos que um código deontológico não é uma lei, antes alguns princípios de conduta gerais para a acção pessoal de cada membro, não sei porque o governo, ou quem quer que seja que não um médico, se vem imiscuir destes assuntos.
E depois não é porque uma certa prática está despenalizada que eu a deva, ou seja obrigado a aceitar. O que eu devo, se não quiser ser condenado é ir contra a lei, agir contra. Mas nos meus princípios humanos, sociais e até religiosos posso não estar de acordo.
Senão o governo deveria apresentar queixa contra a Igreja católica porque se recusa a permitir o divórcio já que pela lei é permitido, ou o casamento de padres. Deveria apresentar queixa contra todas as pessoas que decidem trabalhar para além dos 65 anos, uma vez que a lei permite a reforma a essa idade. E podíamos continuar. Que eu saiba, a lei permite o aborto até às 10 semanas, não obriga o aborto!!! Ninguém pode ser processado ou prejudicado por não querer fazer o aborto. Se os médicos, mediante a sua ordem, decidem que fazer aborto é falta grave, têm todo o direito! Porque será que não se procura ver as coisas imparcialmente?
Mais um bidão de gasolina para a guerra do nosso serviço nacional de saúde.
PS: Só quero dizer, para não haver mal entendidos que eu até nem estou descontente com a acção deste governo, em geral. Mas há coisas que não sou obrigado a estar de acordo.
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