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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008 Post By: Jiji

Regicídio

Bravo Sr. presidente

Cem anos! É verdade, um século se passou desde o “regicídio”. Em 1 de Fevereiro de 1910 morria, assassinado, o rei D. Carlos e o seu filho, herdeiro. Foi, dizem, o primeiro passo para a república.
Duas atitudes políticas, diferentes entre si, caracterizaram hoje, em relação ao acontecimento, dois dos nossos órgãos de soberania:
O parlamento não aprovou um voto de pesar pelo assassínio do rei, com desculpas de que não cabe ao parlamento fazer juízos sobre a história, ou que seria um voto contra a república.
O presidente da república inaugurou uma estátua do rei.
Duas atitudes diferentes entre si, que manifestam o estado de espírito de cada um dos órgãos de soberania, e sobretudo olhar de cada um sobre a nossa história.
Não sou monárquico, mas não posso apagar séculos de história da monarquia em Portugal. Posso não estar de acordo, como também não estou com a ditadura, mas faz parte da nossa história.
Imaginem que quiséssemos apagar da nossa memória colectiva e dos nossos compêndios escolares que D. Afonso Henriques mandou prender a mãe; que estivemos 60 anos sob domínio espanhol; que tivemos guerras civis; que fomos ajudados por Ingleses contra os franceses porque sozinhos não fomos fortes o suficiente; que tivemos a guerra colonial; que estivemos 50 anos sob ditadura de direita; que quase ficávamos sob uma ditadura de esquerda; etc. etc.
Se fossemos a recordar só os bons acontecimentos talvez hoje não estivéssemos aqui ou não fossemos o que somos.
Por isso Bravo Sr. presidente (não creio que seja monárquico!), e infelizes parlamentares (curtos de espírito!)